quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

lageanês: nova lingua no governo catarinense e estado

 MAS HOME DE DEUS, VEJA O QUE TÃO INVENTANDO DE NÓIS. É SÓ FARTA DO QUE FAZE. NA VERDADE, É FARTA DE LAÇO.

Subject: Os lageanos estão chegando... estão chegando os lageanos....

Com os lageanos no poder teremos algumas mudanças nos tratamentos e documentos oficiais, entre as quais já antecipo:

- saudações iniciais nos ofícios: 
Buenas,  te aprochegue, apresento -lhe estes quera faca-na-bota que são auditor aqui destas querências do Tribunal de Conta, para da revirada nos documento daí e ve se os tchô barná daí não andam mijando fora do pinico. Não me irrite: quarqué coisa avise que nóis pregamo as mão no ovido deles.
Mais facero do que égua com três potrilho,
Presidente do TCE

- Secretário da Fazenda ordenando despesas:
Me diga quanto é que já  pago esta merda, não vo me mixá prá esses bosta e prévio empenho é coisa de veado ou china, não me irrite!

- Secretário da diversidade apoiando a parada gay: isso é farta de laço, mas pague estes lagunense fala-fina pra não se achegarem em Lages, que os meus piá são pequeno. 

- nova redação para as Recomendações e determinações do TCE aos jurisdicionados: "mas que barbaridade,  pare omê!";

- avaliação do novo Secretário de Segurança Pública para a segurança: farta de laço.

- avaliação do novo Secretário da Educação para a educação: farta de laço.

- avaliação do novo Secretário da Saúde: camargo, chimarrão nas escola, torcê pro  grêmio ou colorado, cachaça pra assenta o armoço e chá de macela;

- palavras do Secretário de Justiça e Cidadania para a questão da mulher: segure as tuas cabra que os meu bode tão pastando e, no mas, a mulhé não reclama porque eu dei uma baita cozinha nova pra ela, tudo  de primera.

- recomendação do Secretário de Justiça e Cidadania para o uso da camisinha: não sendo minha fiia, carque!

- recomendação do Secretário de Justiça e Cidadania  e do Secretário de Segurança Pública quanto às drogas: pinche fora esta merda, ou te lanho de laço.Tudo farta de laço. É a viadagem, os quera tão tudo sendo criado com leite de pacote e fora da pilcha.


- palavra do novo Governador no primeiro jantar oficial no palácio: bota a janta que a cambada tá cum fome  e, peonada, se sirva à vontade que tem bastante carne, tudo de primera. Ah, prá quem vai posá por aqui, amanhã cedo tem camargo, que eu truxe as minha nelore, já tão tudo pastando aqui no pasto do palácio, bem facera.

- palavra do senhor Governador em inauguração de suas obras: tô o mais facero cum isso, não é por está na minha frente...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Análise de Conjuntura - Novembro de 2010
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Daniel Seidel *

Adital -


- Não é documento oficial da CNBB -

Apresentação

Com a análise dos resultados das eleições parlamentares nos Estados Unidos inicia-se a Conjuntura Internacional. Em seguida aborda-se os acordos construídos em relação à preservação das espécies firmado em outubro em Nagoya, durante a COP 10 sobre o tema da biodiversidade. Nesta segunda-feira, iniciou a COP 16 sobre as mudanças climáticas, na cidade de Cancún. As expectativas não são muito animadoras, em que pese as proposições que cada representação dos países está levando. Em seguida, aborda-se a análise da "guerra cambial" em curso, a partir do encontro do G-20 realizado em Seul, apontando-se como o Brasil pode efetivamente reagir a essa "guerra". Finalmente, conclui-se com a análise da onda de protesto pela qual está passando vários países na União Europeia que ainda vive sob os graves impactos da Crise Financeira internacional de 2008.

No âmbito latino-americano, desenvolve-se uma reflexão acerca do significado da morte de Nestor Kirchner, ex-presidente da Argentina e as possíveis consequências para o país e para a Comunidade Sul-Americana de Nações.
Em nível Nacional aborda-se o "discurso da vitória" de Dilma, acenando-se para os desafios que a presidenta terá que enfrentar em seu governo. Em seguida, aborda-se os primeiros números oficiais do Censo 2010 e seus impactos na distribuição dos recursos para os municípios.
No âmbito dos Movimentos Sociais, retoma-se a necessidade de atualização dos índices de produtividade, um gesto que o presidente Lula ainda pode deixar como um legado para a próxima presidenta eleita, Dilma, representando mais um instrumento para realização da Reforma Agrária.
Para fechar a Análise de Conjuntura são destacadas notícias do Congresso Nacional que retomou efetivamente suas atividades: reconhecimento pelo site "Congresso em Foco" dos melhores parlamentares que atuam no Parlamento Brasileiro. O esforço do Líder do Governo para aprovação de temas importantes ainda no fim de governo. O andamento da tramitação das alterações propostas no Código Florestal Brasileiro. Retorna à pauta de discussões o tema da Reforma Política, marcado pela prioridade que o presidente Lula afirmou que dará ao tema para sua atuação após deixar a presidência da república. Noticia-se também alguns impasses na indicação da nova presidência da Câmara dos Deputados. Após alterações promovidas no substitutivo pela relatora, o Estatuto da Juventude vai a votação no plenário. O adiamento para o próximo governo da aprovação da CLS (Consolidação das Leis Socais), bem como o aumento do valor do "Bolsa-família".
1. Internacional

Um avesso para Obama

O segundo turno das eleições presidenciais no Brasil no dia 31 de outubro reduziu a focalização da mídia sobre as eleições de renovação de parte dos mandatos parlamentares nos EUA o dia 2 de novembro. Os resultados são conhecidos. Os democratas perderam 68 cadeiras na Câmara, e seis no Senado; os republicanos controlam a Câmara (239 deputados), os democratas o Senado (51). A derrota de Obama foi severa. Fica meio paralisado, sem poder continuar de encaminhar os grandes projetos do seu mandato (educação, trabalho, sistema financeiro, ecologia).
Algo novo e importante aconteceu nessas eleições, que pode ser decisivo no futuro. Cento e vinte nove (129) candidatos republicanos contaram com o apoio muito eficiente do Tea Party. Esse novo ator político não deixa de inquietar quanto ao futuro da democracia. O Tea Party é um movimento populista, ultraconservador, libertário e político, com clara propensão ao racismo. Cresceu muito a partir de 2009 com a eleição de Obama. Ele se expressa através de massivas manifestações locais e nacionais, bem articuladas. O Tea Party (o partido do chá) não é um partido político, mas intervêm diretamente na política.
O nome se refere a um incidente em 1773, em Boston, quando produtores de chá preferiram queimar a sua produção a pagar os impostos. O movimento considera que as despesas, déficits e taxas federais são elevadas demais, e que ninguém os escuta em Washington. Ele está formado pela afiliação de pequenos grupos locais. A prioridade é de reduzir o tamanho do Estado, os impostos, as despesas, a dívida e o déficit do orçamento federal. Enaltece uma volta a uma interpretação rigorosa, quase fanática da Constituição. Sarah Palin, expoente do neoconservadorismo, que foi candidata republicana à vice-presidência e que aspira a ser um dia candidata à presidência, é a principal animadora do movimento.
Acordo do clima em Nagoya

Em Nagoya, Japão, entre 18 a 29 de outubro, aconteceu a 10ª Conferência das Partes (COP 10) do Convênio sobre Diversidade Biológica, na qual a comunidade internacional assinou um novo acordo para deter o desaparecimento da natureza que sustenta a vida humana. O novo acordo, assinado pelos mais de 190 Estados-membros do Convênio sobre a Diversidade Biológica, inclui o compromisso de reduzir pela metade a proporção de perda de espécies até 2020, bem como o acesso e participação nos benefícios dos recursos genéticos, aumentando o tamanho das áreas protegidas para 20% em toda extensão do planeta, incluindo a área marítima.
A COP 10 apontou as principais causas da perda de biodiversidade: agricultura, desmatamento, pesca excessiva e mudança climática, em um mundo que - estima-se - ainda neste século terá cerca de nove bilhões de habitantes.
É significativo que a assinatura desse acordo tenha sido no Japão, considerando que esse país importa mais de 60% de seus alimentos e que a maioria dos ecossistemas da Europa foi devastada, restando apenas 17% deles em estado razoável.
Em um documento público divulgado pela sociedade civil de Nagoya, afirma-se: "Exploramos os recursos biológicos no exterior, especialmente no Sul. Por isso nós, o povo de Aichi, Nagoya, devemos nos desculpar pela deterioração dos ecossistemas e da biodiversidade que causamos". Embora o governo japonês não tenha se mostrado disposto a reconhecer publicamente, essa realidade, pressionou para que os países participantes chegassem a um acordo, apesar da habitual divisão entre o Norte industrializado e o Sul em desenvolvimento.
O conteúdo do acordo aponta para a combinação de proteção de grandes áreas e a produção e consumo sustentáveis, conscientes de que tais medidas poderão apenas reduzir a proporção de perda de biodiversidade, não detê-la.
Mudança climática em debate em Cancún

Começou no dia 29-11, com a participação de 193 países, a 16ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança Climática em Cancún, México. As organizações sociais e ambientais estão mobilizadas por transformar esta instância em uma ocasião para pressionar os governos para que se focalizem na raiz do problema ambiental, compreendida como resultado da extração e consumo de combustíveis fósseis.
Na ocasião será apresentada umacarta aberta para a Convenção sobre Mudança Climática contendo temas considerados como fundamentais para Cancún, contendo os seguintes questionamentos: de mudança climática à catástrofe climática; o que está por trás da catástrofe climática; suas derivações como dívida climática, migração, fraudes; a crise como oportunidade de negócios? Não. A crise como a oportunidade da mudança imprescindível.
A guerra cambial e o pálido armistício de Seul

Em que consiste a comentada "guerra cambial"? As autoridades econômicas de um país têm como, através de um feixe de medidas monetárias (taxa de juros, encaixe obrigatório dos bancos no Banco Central, controles sobre a "alavancagem"(1) do crédito), fiscais (gastos do governo, montante e ritmo de coleta de impostos) e outras, determinar em grande parte o "preço" de sua moeda em termos das moedas de outros países.
Ora, ao contrário do que pode parecer ingenuamente, não interessa tanto que "nossa" moeda seja "poderosa" e compre muita moeda dos outros.
Claro que a desvalorização continuada de "nossa moeda" no bojo duma inflação acelerada desorganiza e enfraquece nossa economia. Mas neste caso, a desvalorização cambial em geral segue a desvalorização real, em termos de mercadoria, que precisamente encarece nossos produtos no Exterior.
Uma desvalorização lenta e gradual no mercado cambial sem inflação (ou com ela menor que a desvalorização), faz nossos produtos mais baratos para o consumidor externo e as importações encarecem, protegendo nossa indústria contra a competição externa.
Ora, muitos países (entre eles, notavelmente e não por mera coincidência, Estados Unidos e China) vêm usando o câmbio como alavanca do comércio exterior promovendo exportações e limitando importações. A China com mais sucesso.
Os Estados Unidos não têm revelado intenção de levar em conta os efeitos internacionais de sua política econômica. O FED (Sistema de Reserva Federal, o "Banco Central" norte-americano), publica as atas das reuniões de política monetária; não há qualquer referência aos efeitos internacionais das decisões, nem sequer como constatação factual.
A China não dá sinal de abertura (nem sequer em nível de discurso) à idéia de administrar sua política cambial considerando o equilíbrio e ordem internacionais. Como observa o economista Paulo Nogueira Batista, representante do Brasil no FMI, podemos esperar que mude isto "numa futura dinastia".
Com as duas maiores potências em guerra cambial, sofrem mais países com câmbio flutuante, conta de capitais relativamente aberta e livre: o paradigma de manual no momento é o Brasil.
Com o objetivo explicitado de conter a inflação e de atrair capital externo, temos mantido taxas de juros das mais altas do mundo. Moeda bastante estável e juros altos tornam o Brasil interessante para os investidores financeiros internacionais. Com isto, o fluxo de dólares para o Brasil é acima de qualquer proporção com as transações reais, de bens e serviços. O que se soma à ofensiva norte-americana na guerra cambial e nos desguarnece para competir com o produto barato chinês.
Que medidas tomar? Reduzir a taxa de juros interna? Mesmo que o governo quisesse mudá-la rapidamente, não teria como. A economia está crescendo bem. A redução notável e súbita dos juros poderia levar a um superaquecimento da demanda - e a volta da inflação.
O ideal é combinar um ajuste fiscal com taxas menores de juros. Mas o ajuste fiscal bem sucedido, ao passar a imagem de economia sólida, pode atrair mais capitais.
Acumular reservas sem transformar moeda externa em real, "esterilizar" a presença da moeda externa entre nós, tem custo alto na divida pública. E mais, se bem sucedida, esta medida contribui para reduzir para os investidores externos o risco de operarem no Brasil, o que os levará a priorizarem o Brasil como destino seguro, sobre áreas de ganhos maiores mais arriscados de curto prazo.
A saída melhor é o controle direto do fluxo de capitais em que as autoridades econômicas apliquem critérios de quais capitais, em quais condições, nos interessam.
Os Estados Unidos queriam em Seul a proibição para qualquer país ter superávits comerciais equivalentes a mais de 4% do PIB. A China ficou absolutamente contra. Grande surpresa? O governo brasileiro propôs, entre outras medidas, regras mais duras para limitar a alavancagem dos bancos no crédito. O problema agora seria, quem e como controlar a alavancagem. Obama, na reunião defendeu que em princípio uma política monetária expansiva, ao fazer crescer mais a economia de seu país, seria "um bem para todos". Ficou no ar a proposta do presidente do Banco Mundial, de se introduzir uma moeda internacional, espécie de novo padrão ouro, baseado numa cesta de mercadorias estratégicas; idéia apresentada por Lord Keynes em Bretton Woods em 1944 e agora atualizada.
A imprensa publicou: "Comunicado assinado pelos lideres admite que países emergentes tentem impedir que suas moedas se valorizem" (ESP 13/11/2010; outros jornais, com outra formulação). Como declaração de boas intenções, é inatacável. Faria um pouco mais de sentido prático dizer a rigor o mesmo, mas explicitando o que é que se tem que impedir; algo assim: "Comunicado admite que países emergentes devem poder impedir que os países potências desvalorizem sua própria moeda". Esta redação arrevesada seria melhor por levantar exatamente a questão decisiva: "e como podem fazer isto? Com que mecanismos?".
O governo brasileiro ao que tudo indica, já tinha decidido por razões internas, que o caminho para contra-restar o problema era o controle de capitais. Guido Mantega (no meio tempo confirmado na Fazenda) fez esta exegese do comunicado. O dispositivo um pouco mais concreto das "medidas macro-prudenciais" foi incluído por pressão da delegação brasileira. "Isto é absolutamente inédito", segundo Mantega, que entende que "medidas macro-prudenciais" quer dizer "controle de capitais". O mecanismo, usado pela China e pela Índia tempos atrás, era condenado pelo pensamento econômico dominante neoliberal. Não é, portanto, a medida que é inédita, mas sua aceitação num colendo cabido econômico mundial, mesmo debaixo deste eufemismo solene.
O governo já vinha nesta direção, mas agora certamente vai dar passos mais organizados e determinados.
Protestos contínuos na Europa

A Europa não sai facilmente da crise. Houve manifestações e protestos, em quase todas as capitais dos 27 países membros da União. De formas bem distintas, Em Bruxelas, no dia europeu de protesto (29/9), tinha mais de 100.000 pessoas na rua, gritando contra as medidas de austeridade. Na Grécia as manifestações são quase que permanentes. Em Paris, ao longo dos meses de setembro e outubro, houve quatro dias de greve geral contra as mudanças na lei de aposentadoria. Em Londres, a mobilização foi contra a política de David Cameron que anunciou a supressão de 500.000 empregos públicos nos próximos cinco anos.
Os protestos se generalizam, expressão de um profundo desejo de mudanças. Em todos os países, medidas de austeridade angustiam os trabalhadores. De um lado há os governos que querem reduzir os enormes déficits, e do outro lado há a população que grita contra essas medidas, conseqüência das dezenas de bilhões de euros absorvidos no salvamento dos bancos durante a crise. E esse círculo vicioso continua: a ajuda de 40 bilhões de euros à Grécia de parte da União é para salvar o setor bancário privado. Não se sabe o que pode acontecer, mas é pouco provável que a população fique sem reagir. A União Europeia - além das especificidades de cada país - entra globalmente num período de agitação social, que pode tomar formas duras e mesmo violentas.
É a União mesma que está ameaçada. Até quando as populações dos países da zona euro, cujas economias vão um pouco menos mal que outros (Alemanha, França, e outros) vão aceitar de sustentar os déficits de países que não controlaram os seus orçamentos? Os 27 chefes de Estados e de governos chegaram com dificuldade a um acordo para criar um organismo que possa controlar os orçamentos para prevenir as crises. É tarde. Teria sido mais prudente criar esse organismo antes da crise, para dar uma resposta comum à crise. Os países ainda se mostram relutantes diante da proposta feita pela Comissão europeia de criar outro organismo para articular melhor as economias dos países da zona euro. Não é possível ter uma moeda comum sem uma articulação mínima das políticas financeiras e econômicas.

2. América Latina

A morte de Nestor Kirchner

Sua morte imprevista é uma prova para a Argentina e para toda a região. Ele era o político mais destacado do seu país. Durante seu mandato começou a restabelecer um Estado de direito, os direitos humanos e o judiciário que foram violentados pelo presidente Menem, que levou o país numa profunda crise global.
Era o homem mais capaz de temperar os conflitos internos no peronismo que tantas vezes levaram o país a crises institucionais. É esse o desafio principal para a presidente Cristina Kirchner, que perde ao mesmo tempo seu principal aliado e conselheiro, e seu marido. O desafio é de manter e consolidar a estabilidade política, financeira e econômica em processo de recuperação desde que ele assumiu a presidência em 2003.
Nestor Kirchner tinha também o desejo duma maior integração latino-americana. Em certo sentido, se pode dizer que foi para a Argentina o que Lula foi para o Brasil. A sua nomeação de primeiro secretario Geral da UNASUL (União das Nações de América do Sul) em maio de 2010, com o apoio total do Brasil, foi mais uma expressão de sua liderança na região. Sua morte súbita é uma perda para a toda América Latina.
3. Brasil

Primeiro Discurso de Dilma Rousseff após a vitória nas eleições

Pela primeira vez na história do Brasil, uma mulher, candidata a Presidente da República foi eleita para dirigir essa nação que sempre foi governada por homens.
Já comparada a mulheres como Hillary Clinton e Angela Merkel, Dilma Rousseff venceu José Serra com pouco mais de 56% dos votos válidos e, em seu primeiro discurso depois de eleita, afirmou que fará um governo transparente, sem chance para a corrupção. "No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar o nosso crescimento, por isso se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas", afirmou Dilma.
De fato, os dados econômicos indicam que no curto prazo o cenário internacional dificilmente retomará as taxas de crescimento das últimas décadas. Isso se deve à natureza e à extensão da crise de 2008, o que provavelmente aumentará a importância do mercado interno para os países em desenvolvimento como o Brasil.
Mas para que isso se concretize, o início do governo Dilma se defrontará com a revisão da elevada taxa de juros e o desafio de contornar o entrave fiscal. O novo governo deverá pensar como ampliar investimentos públicos e gastos sociais sem aumentar os impostos e a dívida pública. Esse parece ser um dos grandes desafios em relação ao discurso da vitória.
Diversas matérias jornalísticas divulgadas nos últimos dias apontam para um plano de governo que pretende reduzir gastos sociais. As matérias tentam impor ao funcionalismo público, à previdência, à assistência e demais investimentos sociais a responsabilidade pelo equilíbrio das contas públicas. "O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, apresentou à presidente eleita uma proposta de política fiscal para o país, cuja essência é que as despesas correntes primárias cresçam menos que o Produto Interno Bruto (PIB). Essas despesas são aquelas relacionadas com o pagamento de salários do funcionalismo, com a previdência e assistência social e o custeio da máquina pública. Elas não incluem o pagamento dos juros das dívidas públicas e os investimentos. Outra preocupação do governo é com o déficit da Previdência. Para o ministro, não é possível dar aumento real para os benefícios acima de um salário mínimo. Sobre a reforma da Previdência, Bernardo considera que, em algum momento, isso deverá ser feito e que "antecipar isso para um bom momento político" pode ser uma boa ideia." (O Estado de São Paulo, 11/11/2010).
Este cenário no governo de transição faz voltar às promessas de Campanha expressas no discurso de vitória de Dilma Rousseff que apontam noutra direção, diante de prováveis reformas no início do novo governo. "Faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos. Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos. Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública", afirmou Dilma no dia 31 de outubro.
Ameaças de cortes de gastos sociais se tornam especialmente preocupantes diante da conjuntura internacional de crise financeira, que atingiu fortemente os EUA, países da Europa, e estão servindo de argumento para a aplicação de medidas de ajuste neoliberal aqui no Brasil, agora que passaram as eleições. Muitas das medidas aplicadas nos países europeus também já se encontram em gestação aqui no Brasil, como o congelamento de salários de servidores e redução de benefícios e direitos previdenciários. Tais medidas representam a subtração de recursos de áreas essenciais para que tais recursos se destinem ao pagamento dos juros da dívida pública, que nunca foi auditada, como determina a Constituição.
No mesmo discurso de agradecimento depois da eleição que para muitas pessoas foi uma verdadeira síntese de sua política, Dilma incluiu sua condição feminina e a de todas as brasileiras: "Já registro, portanto, aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural".
A cultura brasileira guarda ainda uma acentuada hierarquia de gêneros e, sobretudo, uma divisão valorativa entre o trabalho doméstico e público. Com a primeira presidenta eleita o poder político será entregue a uma mulher identificada simbolicamente com as lidas domésticas. Diante disso, Dilma deverá lidar com um país de cultura machista e atender às reivindicações dos movimentos de defesa e afirmação dos direitos das mulheres. Situa-se aí, outro grande desafio.
Em diferentes análises sobre o futuro governo de Dilma, inverte-se o que se dizia no passado em relação aos grandes homens: "Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher"! Agora é em relação às mulheres: "Por trás de uma mulher política deve haver sempre um grande homem" (que deve estar no fundo à sua frente). Assim se pensa em relação à Cristina Kischner e agora em relação à Dilma, embora os contextos e situações sejam diferentes. Assim se pensou em relação à Indira Gandhi, a Michelle Bachelet e a tantas outras. Que homens estariam sustentando-as no poder? Que homens serão seus ministros e conselheiros? Que influencia efetiva terá ainda Lula nas decisões do governo Dilma? Além disso, que poder efetivo terá a Dilma diante das forças políticas conservadoras e das corporações financeiras para a composição do novo governo?
Contagem da população brasileira no censo 2010

Ontem, no dia 29 de novembro, o IBGE divulgou o número de 190.732.694 de habitantes. A estimativa populacional estimada pela PNAD 2009 publicada em setembro-outubro deste ano, foi de 191,8 milhões. A projeção para 2010 era de 193,3 milhões de habitantes. A diferença entre a projeção populacional baseada na PNAD 2009, e o número apurado do censo 2010 se deve à sub-enumeração do censo ou à sobre-estimação da PNAD, ou algo no meio dos dois.
Em comparação com o Censo 2000, ocorreu um aumento de 20.933.524 pessoas. Esse número demonstra que o crescimento da população brasileira no período foi de 12,3%, inferior ao observado na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000). Para os pesquisadores, este resultado mostra que a taxa de fecundidade caiu mais do que previsto e que o efetivo populacional vai começar a diminuir mais cedo do que se pensava.
O Censo 2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas urbanas, agora são 84%.
A região Sudeste segue sendo a região mais populosa do Brasil, com 80.353.724 pessoas. Entre 2000 e 2010, perderam participação as regiões Sudeste (de 42,8% para 42,1%), Nordeste (de 28,2% para 27,8%) e Sul (de 14,8% para 14,4%). Por outro lado, aumentaram seus percentuais de população brasileira as regiões Norte (de 7,6% para 8,3%) e Centro-Oeste (de 6,9% para 7,4%).
Os resultados mostram que existem 95,9 homens para cada 100 mulheres. A população brasileira é composta por 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens.
O Censo 2010 apurou ainda que somam 23.760 os brasileiros com mais de 100 anos. Bahia é a unidade da federação a contar com mais brasileiros centenários (3.525), São Paulo (3.146) e Minas Gerais (2.597)
Como a população contada pelo IBGE determina a participação no fundo de municípios, houve uma gritaria generalizada diante de um crescimento populacional mais reduzido que o projetado ou de uma diminuição populacional. Os municípios são divididos em faixas de população e há um problema com os municípios que ficam na beirada das faixas. Uma queda populacional num município, sendo um pouco mais que previsto, faz mudar de faixa e significa diminuição de recursos da união. Pelos cálculos da Confederação Nacional de Municípios, 329 prefeituras, ou seja, 6% do total do país terão queda na distribuição do fundo de participação.

4. Movimentos Sociais

Necessidade de atualização dos índices de produtividade
A cobrança da atualização dos índices de produtividade faz parte da pauta de reivindicações de todos os movimentos sociais e entidades ligadas aos trabalhadores rurais brasileiros, além dos centros de pesquisa, universidades, partidos políticos e Igrejas preocupados com a Reforma Agrária e a democratização do campo brasileiro.
Reajustar periodicamente os índices de produtividade é uma obrigação do Governo, uma determinação da Lei nº 8.629 de 1993 e uma maneira de se cumprir a Constituição Federal, no que tange ao cumprimento da função social da terra.
Os índices atualmente em vigor têm base nas informações estatísticas de 1975, estando absolutamente defasados e não refletindo os avanços tecnológicos destes últimos 30 anos nem tampouco o grande salto de produtividade que a nossa agricultura conquistou.
A lei determina que apenas as áreas acima de 15 módulos fiscais devem ser fiscalizadas através dos índices de produtividade. No Brasil, temos algo em torno de 4,2 milhões de imóveis rurais cadastrados no INCRA e destes apenas 102 mil têm acima de 15 módulos fiscais, ou seja, estamos falando de apenas 2,4 % do total de imóveis rurais.
Os novos índices seriam calculados com base no período de produção entre 1996 e 2007 e referenciados em estudos técnicos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Em agosto de 2009 os movimentos sociais do campo realizaram uma ampla mobilização em Brasília e colocaram, uma vez mais, a cobrança da atualização dos índices de produtividade na pauta de negociação com o Governo Federal. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou este ponto da pauta e chegou a anunciar que assinaria o decreto de atualização em, no máximo, 15 dias.
No entanto, ocorreu uma mobilização contrária da bancada ruralista, no Congresso Nacional e na midia e, apesar do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, ter assinado a portaria com a atualização, o Ministro da Agricultura de então, Reinhold Stephanes, se recusou a assinar, com base numa orientação de seu partido, o PMDB. "A nossa recomendação para o ministro é de que ele não assine a portaria", afirmou à época o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Alves (RN). Com isso, o Presidente Lula recuou e não implementou, conforme o prometido, a atualização dos índices de produtividade.
Dom Pedro Luiz Stringhini, Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, em carta enviada ao Presidente no dia 24 de setembro de 2009, dizia: "Reafirmando nosso compromisso com o povo do campo, os indígenas, as comunidades negras e quilombolas, que lutam cotidianamente pela democratização da terra, solicitamos a Vossa Excelência, em cumprimento do que estabelece a Constituição Federal, a assinatura do decreto que atualiza os índices de produtividade no campo".
Até neste final de novembro de 2010, infelizmente, este tão esperado decreto atualizando os arqui-ultrapassados índices de produtividade ainda não foi assinado pelo Presidente da República.
Este momento de transição do Governo Luiz Inácio Lula da Silva para o Governo Dilma Vana Rousseff é o melhor momento de tal decreto ser, finalmente, assinado, pois evitaria do mesmo, mais uma vez, ficar submetido às pressões e chantagens conjunturais da bancada ruralista. Tais pressões e chantagens visam sempre, como se sabe, postergar indefinidamente a democratização do campo brasileiro e eternizar nele o latifúndio improdutivo e a exclusão social.

5. Notícias do Congresso Nacional

Congresso em Foco reconhece os melhores parlamentares

No dia 22 de novembro, em Brasília, aconteceu uma sessão como resultado de um concurso, encaminhado pelo site Congresso em Foco, reconhecendo os melhores parlamentares do ano de 2010. O objetivo do prêmio era contribuir para melhorar a representação política no País, valorizando o papel do parlamento na pessoa dos deputados e senadores que se destacaram no exercício do mandato. A seleta lista dos melhores parlamentares do ano combina experiência e diversidade - seja pelas diferenças em idade ou tempo de atividade política dos premiados, seja pelas divergências ideológicas e partidárias, seja ainda pelas variadas de formação profissional. A despeito das diferenças, todos tiveram atuação destacada ao longo de 2010.
Os 38 deputados/as e 14 senadores foram, em primeiro lugar, indicados pelos jornalistas que cobrem as atividades da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Coube, depois, aos internautas definir a classificação final dos congressistas selecionados e os vencedores (melhor iniciativa do Congresso, destaques em áreas como educação, saúde, combate à corrupção etc.).
Os três primeiros colocados em cada Casa, pela votação na internet, foram agraciados com troféus. São eles: Cristovam Buarque, Marina Silva e Eduardo Suplicy no Senado; Chico Alencar, Gustavo Fruet e Luciana Genro na Câmara.
A lista dos finalistas tem predomínio dos partidos considerados de centro-esquerda (PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL, PV e PPS), que emplacaram 31 nomes entre os 52 finalistas. Conhecidos como legendas de centro, o PSDB e o PMDB têm oito finalistas e sete estão entre os mais bem avaliados no ano. Entre os partidos de centro-direita, apenas o DEM tem finalistas - seis ao todo.
Os premiados da noite são representantes de 15 estados (AC, AM, BA, ES, GO, MA, MG, MS, PB, PE, PR, RJ, RS, RN, SP) e do Distrito Federal.
O projeto "Ficha Limpa" foi considerado o mais importante projeto de lei aprovado no Congresso Nacional em 2010.
Líder do governo busca acordo para votações

A Liderança do Governo na Câmara está tentando costurar um acordo que permita a votação, ainda neste ano, das Medidas Provisórias (MP) e alguns outros projetos que trancam a pauta do Plenário. Entre elas estão o Projeto de Lei 5940/09, que trata da criação do Fundo Social oriundo dos royalties do petróleo do pré-sal; a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 507/10, que prorroga o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza; e o Projeto de Lei Complementar (PLP) 352/02, que altera a Lei Kandir (Lei Complementar 87/96, que, entre outras coisas, define regras para a cobrança do ICMS no comércio entre os estados).

Código Florestal: agronegócio quer votar ainda neste ano

O presidente da Comissão Especial do Código Florestal, deputado Moacir Micheletto, integrante da bancada ruralista no Congresso Nacional, revelou que a bancada do agronegócio está tentando articular um acordo de lideranças para que a Câmara vote o Projeto de Lei 1876/99 ainda em 2010. Conforme esse acordo, o texto seria analisado sem emendas, para que a tramitação se encerre na Câmara em dezembro. A discussão da emendas seria deixada para o Senado, no próximo ano. Contrários à aprovação das mudanças pleiteadas pelos ruralistas (e incorporadas ao texto pelo relator da matéria, deputado Aldo Rebelo), ambientalistas, procuradores da República e parlamentares ligadas à causa ecológica repudiam a pressa na votação do projeto e defendem que o debate deveria envolver toda a sociedade e que, na verdade, a legislação atual é moderna, de vanguarda, e não precisa ser mudada, mas colocada em prática. Segundo os ambientalistas a flexibilização da lei ameaçaria a vegetação, a fauna, a biodiversidade e os recursos hídricos do País, pois permitiria a diminuição, por exemplo, das áreas de reserva legal, por exemplo. Atualmente, o tamanho da reserva varia de acordo com a região e o bioma: na Amazônia Legal - 80% em área de florestas, 35% em área de cerrado, 20% em campos gerais; nas demais regiões do País - 20% em todos os biomas.

Reforma política pode voltar à pauta de discussões no ano que vem

O presidente Lula já anunciou que, ao deixar o Palácio do Planalto, em janeiro, vai fazer campanha para que o Congresso realize uma reforma política. Parlamentares do governo e da oposição concordam com a necessidade de se discutir o tema. O problema, no entanto, está no conteúdo da Proposta. Enquanto presidente, Lula enviou ao Congresso dois projetos tratando da reforma política. Um estabelece o financiamento público de campanha e o outro prevê a adoção de listas fechadas nas campanhas proporcionais. Os dois ainda estão em análise, sem data para votação. Mas muitos outros temas também são apontados como essenciais numa reforma política e, segundo alguns parlamentares, o melhor caminho é definir alguns temas e discuti-los separadamente, uma vez que "uma reforma completa nunca vai agradar a todos".
O deputado José Eduardo Cardozo, no discurso durante a entrega do Prêmio Congresso em Foco/2010, no último dia 22, em Brasília, falou em defesa da reforma política. Cardozo foi homenageado como um dos melhores parlamentares do ano e como um dos relatores do projeto da Ficha Limpa, escolhido como o melhor projeto de iniciativa legislativa de 2010. "O caminho da Ficha Limpa, diz ele, mostra que é possível o parlamento e a sociedade marcharem juntos para as grandes mudanças". "Nosso sistema político não mais serve às necessidades históricas do nosso povo e da nossa democracia", emendou, ao se referir à próxima mudança mais urgente. Lembremo-nos que o deputado Eduardo Cardoso é cotado para ser o próximo Ministro da Justiça.

Sucessão na Câmara indefinida

Analistas políticos avaliam que a sucessão na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados permanece indefinida. O PMDB dá sinais de que não vai disputar o comando da Casa, e se coloca na posição de aliado do PT, mas os petistas agora não se entendem sobre quem será o candidato da legenda a suceder Michel Temer. A candidatura do líder do governo, Cândido Vaccarezza, tida como natural, é contestada pelo atual primeiro vice, Marco Maia. Desta forma, mesmo que o peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) venha a abrir mão de apresentar sua candidatura, a disputa não estará resolvida, ao contrário, entrará para o perigoso campo da imprevisibilidade. Há quem aposte que, caso os ânimos não sejam pacificados no interior da bancada petista, são grandes as chances de surgir um novo Severino Cavalcanti no cenário político brasileiro.

Estatuto da Juventudevai a Plenário

O projeto que cria o Estatuto da Juventude foi aprovado em Comissão especial, criada pela Câmara dos Deputados, e está pronto para ser votado em Plenário. Entre outras medidas, o texto prevê transporte público gratuito para os estudantes e meia passagem nos transportes interestadual e intermunicipal para os jovens de 15 a 29 anos. Esses benefícios serão subsidiados pelo governo para evitar reajuste de tarifa.
A proposta aprovada é o substitutivo da deputada Manuela D'Ávila, ao Projeto de Lei 4529/04. Para conseguir consenso, a relatora retirou do Parecer trechos considerados polêmicos pelos parlamentares. Um deles permitia às entidades juvenis participar de órgãos da administração pública e de escolas públicas e privadas. Essa participação se daria, por exemplo, com a eleição de representantes para integrar órgãos diretivos e conselhos universitários. Também foi retirado do Parecer o direito das entidades de realizar manifestações, assembléias e outras reuniões em escolas, empresas, partidos políticos e sindicatos, entre outros.
O texto também prevê ações afirmativas para garantir o acesso ao ensino superior a jovens negros, indígenas, com deficiência e oriundos de escola pública.

Bolsa Família terá reajuste

Os benefícios pagos pela Bolsa Família serão reajustados por medida provisória depois da posse da presidente eleita, Dilma Rousseff. O aumento, prometido pela petista durante a campanha eleitoral, não foi incluído na proposta de Orçamento da União para 2011, em debate no Congresso. O Bolsa Família paga benefícios entre R$ 22 e R$ 200 a 12,7 milhões de famílias e está sem reajuste desde o primeiro semestre do ano passado. O presidente Lula deixou a decisão sobre um novo aumento para a sucessora.
Consolidação das Leis Sociais fica para Dilma

Pouco mais de um ano após anunciar publicamente sua intenção de aprovar no Congresso a proposta de Consolidação das Leis Sociais (CLS), o presidente Lula deverá encerrar seu mandato de presidente sem cumprir o objetivo. O projeto que transformaria em lei a obrigatoriedade da manutenção de programas federais na área social - o Bolsa Família, Saúde da Família e Merenda Escolar -, não foi incluído na agenda de prioridades do governo. Segundo a Secretaria-Geral da Presidência que coordenou o Grupo de Trabalho Interministerial, criado para elaborar a proposta, queria que fosse decidido ainda neste governo. Contudo, restando poucas semanas de funcionamento do Congresso até o fim do ano, é praticamente impossível conseguir consenso e apoio de deputados e senadores para um assunto tão polêmico. Na prática, a "pressa" para aprovar a CLS estava relacionada, basicamente, com a possibilidade de vitória da oposição na disputa presidencial.
Nota:
(1) "Alavancagem" é a operação de conceder créditos acima dos recursos do banco, contando com que possíveis credores de cheques e outros papéis emitidos pelo banco ou sobre ele, improvavelmente virão todos ao mesmo tempo liquidar seus haveres.
[Contribuíram para esta análise:
Pe. Antonio Abreu SJ, Pe. Bernard Lestiene SJ, Pe. Thierry Linard SJ (Ibrades),
Daniel Seidel, Ir. Delci Franzen, Pe. José Ernanne Pinheiro, Pe. Nelito Dornelas e Paulo Maldos
Prof. Msc Daniel SeidelUniversidade Católica de Brasília e CBJP/CNB].

* Professor da Universidade Católica de Brasília e CBJP/CNB].
O Brasil rumo à classe B
Posted: 06 Dec 2010 02:01 AM PST

Estudo prevê que 5,9 milhões de pessoas avançarão um degrau na escala social, deixando a classe C




Lucianne Carneiro – O GLOBO
Um dos destaques da economia brasileira nos últimos anos, a emergente classe C agora alça novos voos. O Brasil já vive, segundo especialistas, um processo de migração de parte da classe C para a B. Estudo da Ativa Corretora estima que 5,9 milhões de pessoas devem avançar para a classe B até o fim de 2011, na comparação
com o início de 2009. Com isso, o grupo — com renda familiar entre R$ 4.807 e R$ 10.375, segundo o levantamento — deve chegar a 15,4% da população brasileira, ou 29,363 milhões de pessoas. O documento mostra ainda que, com a melhoria da renda média na classe B, o perfil de consumo tende a se refinar, e ganham espaço gastos como educação, alimentação fora de casa, transporte, higiene e assistência à saúde.
— Nossa estimativa é que, além dos seis milhões que deixarão a classe C em direção à B, três milhões sairão da D para a C. Isso é fruto do forte crescimento econômico do Brasil nos últimos anos e do aumento do trabalho formal e do crédito — afirma o economista-chefe da Ativa Corretora, Arthur Carvalho Filho, um dos autores do estudo.
— Há uma migração positiva das classes sociais brasileiras, e muitos que eram da C estão indo para a B — concorda o diretor da consultoria IPC Marketing, Marcos Pazzini.
Classes A e B crescem em maior velocidade
● O diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, Marcelo Neri, diz que seus estudos vêm mostrando essa ascensão da classe C à B. Segundo ele, apesar de a C ser a maior do país, em números absolutos, são as classes A e B que crescem em ritmo mais expressivo. — No acumulado dos 12 meses até julho, o crescimento da classe AB foi de 13%. É a que proporcionalmente cresce mais — diz Neri.
Mais do que revelar a tendência de migração da classe C para a B, o estudo da Ativa Corretora aponta ainda um maior refinamento do consumo. Os gastos com educação
avançam, como forma de garantir o futuro da família e a manutenção do padrão de vida. Outra despesa que avança é com transportes, já que os carros próprios exigem os gastos com combustíveis.
— Os dados mostram que o padrão de consumo da classe C de hoje é maior que o da B de 15 anos atrás — diz Arthur Carvalho Filho.
A educação dos dois filhos é uma das principais preocupações da dona de casa Valeria Cristina Rodrigues Carvalho Martins, de São Paulo, e de seu marido, Juramir Paulo Martins. Hoje na classe B, a família, cuja renda mensal fica em torno de R$ 7 mil, reserva cerca de 20% do orçamento para pagar a escola particular para Vinicius, de 14
anos, e Barbara, de 10. Mas também há espaço para alimentação fora de casa, lazer, viagens e higiene e cuidados pessoais. Eles vivem numa casa construída ao longo
de cinco anos, enquanto moravam na casa da mãe de Juramir. — Aqui não se come em casa sábado e domingo. Ou tem convite para festa ou vamos ao restaurante — conta Valeria, que também faz visitas semanais ao salão de beleza.
Na família do advogado Daniel Lazary, sócio franqueado de uma loja da rede MegaMatte no Rio, o lazer também surge como despesa importante do orçamento (cerca de 30%), além dos recursos destinados a garantir o futuro para o filho de três anos. — Em 2011, nossos gastos com educação devem aumentar, já que queremos colocar nosso filho em aulas de inglês, música e natação. E ele tem um plano de previdência desde que nasceu — diz.
Mas o sócio-diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, defende que os valores não necessariamente mudam com a melhoria da renda da população e a ascensão a uma nova classe social. — Existe uma classe C emergente, que está melhorando de renda e avançando para a B. Mas querer ser rico não é querer ser como rico. Existe uma busca por qualidade, por exemplo, mas não por marcas — aponta.
Para o sociólogo e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Rafael Guerreiro Osorio, o que existe hoje no Brasil não é uma migração de classes sociais, mas sim de extrato de renda. — Houve crescimento real da renda das famílias, a desigualdade caiu, e as pessoas estão melhorando de vida e se movendo. Mas não significa que haja mobilidade social entre as classes — afirma.
Novos anseios por educação e trabalho
● O sociólogo explica que o conceito de classe social está ligado à posse de propriedade privada, à posição na divisão do trabalho e ao exercício de poder nas relações de trabalho. — A nova classe média tem demanda por educação e anseios trabalhistas. São variáveis que estão andando mais rapidamente que o consumo, não são meramente classes consumistas — diz Marcelo Neri. Ele considera muito otimista o cálculo de seis milhões de novos participantes da classe B até o fim de 2011 do estudo da Ativa Corretora. Sua estimativa é que as classes A e B ganhem, juntas, 6,5 milhões de novos integrantes até 2014. Este foi o crescimento registrado
entre 2003 e 2009.
Para efeito de simplificação, o levantamento considerou uma taxa de crescimento da renda real igual entre as diferentes classes. Além disso, aponta Carvalho Filho, a inflação estimada no relatório é de 5,2% em 2011, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mas, se a alta do custo de vida ultrapassar esse nível,
pode comprometer a renda da população e afetar a estimativa. Para segurar a inflação, na última sexta-feira o Banco Central (BC) anunciou medidas de restrição ao crédito, cuja forte expansão nos últimos anos puxou o crescimento da classe C. Analistas dizem que o BC pode elevar os juros básicos da economia em janeiro, com o
mesmo objetivo: conter o consumo. ■

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Postado por Luis Favre
2 comentários Tags: Classe media, classes, classes sociais, distribuição de renda
Do Blog do Favre.

Contraponto 4152 - "Brasil está entre países que mais evoluíram em educação na última década"

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07/12/2010

Brasil está entre países que mais evoluíram em educação
na última década

Agência Brasil - 07/12/2010

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Brasil está entre os três países que alcançaram a maior evolução no setor educacional na última década. É o que apontam os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2009, divulgados hoje (7).

A prova é aplicada a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos de idade em matemática, leitura e ciências. No ano passado, participaram 65 países.

O Brasil ingressou no Pisa em 2000. Desde então, a média entre as três provas – considerando os resultados em leitura, matemática e ciências - subiu de 368 para 401 pontos. Nesse mesmo período, apenas dois países conseguiram melhorias superiores aos 33 pontos alcançados pelo Brasil: Chile (mais 37 pontos na média) e Luxemburgo (mais 38 pontos). Na média, os países-membros da OCDE ficaram estagnados de 2000 a 2009, sem avanços.

O Brasil estabeleceu metas de melhorias no Pisa, como as que já existem para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para 2009, o objetivo era atingir 395 pontos, o que foi superado. Em 2021, o país precisa alcançar 473 pontos, média dos países da OCDE.

Na avaliação do ministro da Educação, Fernando Haddad, os resultados desmontam a teoria de que o Brasil estaria sempre em defasagem em relação aos países desenvolvidos, já que somente em 2022 atingiria níveis semelhantes na avaliação. “O mundo está estagnado do ponto de vista da qualidade [da educação]. Embora alguns países da OCDE tenham melhorado, outros pioraram e, na média, ficaram estagnados. Em educação sempre há espaço para melhorar, mas o mundo desenvolvido está com dificuldade em fazer a sua média subir”, afirmou.

Para Haddad, o “pior momento” da educação brasileira foi no início da década, entre 2000 e 2001, quando o país ocupou a lanterna no ranking do Pisa. Segundo o ministro, essa tendência está revertida e parte dos avanços se deve às mudanças no sistema de avaliação do país, especialmente a criação do Ideb em 2005 que atribui e divulga nota para cada escola pública.

“Não tenho dúvida que isso impactou muito favoravelmente, mexeu com a educação no Brasil. Em 2006, quando divulgamos pela primeira vez os resultados por escola, informamos diretores, professores, passamos a fazer formação [de professores]. Estamos só colhendo os resultados dessa percepção de que a aprendizagem estava afastada do cotidiano da escola”, afirma Haddad. O maior crescimento - de 17 pontos - se deu no último triênio (2006-2009), destacou o ministro.

Haddad ressaltou que a escola não pode se ocupar somente dos resultados em avaliações, mas não pode esquecer que está formando alunos que “precisam ter proficiência nas disciplinas básicas. “A educação não se reduz a isso, os testes padronizados são importantes, mas não esgotam a questão. A educação transcende esses testes, mas a avaliação é um elemento que estava faltando na cultura escolar”, apontou.

O relatório da OCDE também destaca a criação do Ideb como ação importante para a melhoria dos resultados e aponta o Brasil como exemplo a ser observado por outros países com baixa proficiência.

“O país investiu significativamente mais recursos em educação, aumentando os gastos em instituições de ensino de 4% do PIB [Produto Interno Bruto] em 2005 para 5% em 2009, alocando mais recursos para melhorar o salário dos professores. Também gastou o dinheiro de forma mais equitativa do que no passado. Recursos federais agora são direcionados para os estados mais pobres, dando às escolas recursos comparáveis aos que são disponibilizados nos mais ricos”, diz o relatório, em referência ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), criado em 2006.

Edição: Graça Adjuto

Contraponto 4151 - "Por que o Brasil deve comprar o Rafale F3"

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07/12/2010
Por que o Brasil deve comprar o Rafale F3
Blog Cidadania - 07/12/2010

Eduardo Guimarães


Todos estão carecas de saber as razões da mídia brasileira para o país comprar dos americanos – direta ou indiretamente – três dúzias de aviões de caça supersônicos. Tanto o caça americano quanto o sueco, porém, estão vinculados a decisões que os Estados Unidos venham a adotar em relação ao uso de equipamentos produzidos por sua indústria bélica.

Independentemente de qual seja a melhor escolha, como a mídia só dá espaço a argumentos em favor dos caças americano e sueco (sendo que este leva equipamento americano), é importante o comentário de um oficial da aeronáutica enviado a este blog. Encerra razões bem explicadas para decisão que, segundo a mídia, o governo está inclinado a tomar.

Leiam, abaixo, o comentário do capitão-aviador Artur da Costa Gomes, do 1º Grupo de Defesa Aérea, em favor da opção do Brasil pelo caça Rafale F3, da indústria francesa Dassault-Renault:

—–

Prezado Eduardo,

Nesse assunto dos caças, assistimos a um festival de ‘especialistas’ em aviões de combate, a começar pela senhora Eliane Cantanhêde, emitindo verdadeiros disparates. A bem da verdade factual, faz-se necessário alguns esclarecimentos técnicos fora da discussão ideológica que se trava sobre o assunto:

Dos cinco concorrentes iniciais: F-18 Super Hornet, Gripen NG, Sukhoi Su-35 Super Flanker, Rafale F3 e o Eurofighter Typhoon, cabe uma avaliação preliminar:

1) O Sukhoi Su-35 Super Flanker, o preferido pela maioria maciça dos pilotos da FAB, tem, como vantagens: maior potência (2 turbinas Lyulka, com 142 kN cada), maior autonomia de vôo (4.600 km), além do famoso sistema de exaustão vetorial (efeito mais pirotécnico, na verdade), que o transforma num brinquedo de luxo, gostoso de operar;

2) F-18 Super Hornet, o segundo na preferência dos pilotos: apesar da potência e autonomia de vôo menores que o Sukhoi, testado efetivamente em combate, além da confiança das turbinas GE;

3) Rafale, similar ao F-18 em potência e autonomia de vôo, talvez lhe falte o batismo em combate e as turbinas Snecma sejam ainda uma incógnita a campo;

4) O Eurofigther Typhoon, levemente inferior ao Super Hornet e ao Rafale, com alguma vantagem adicionada na aviônica;

5) Gripen NG, em sua concepção de guardião de países com pequena extensão, comuns na Europa, um bom caça, embora a versão NG não passe ainda de prospecto.
Bom, como na hora de decidir, entram em cena várias condicionantes:

__ O Sukhoi, tecnicamente o melhor, foi preterido menos em função de dificuldades na logística e no treinamento dos pilotos, e mais em função de pressões geopolíticas dos americanos;

__ O Super Hornet, embora tecnicamente um excelente caça, viria com o sistema middle-packet (desarmado e sem TT*);

__O Typhoon e o Gripen, por conterem grande parte de armamentos e propulsores americanos, contrariam o princípio FX, da não-dependência alienígena, foram descartados, tendo o Gripen o agravante de ser monopropelido;

__ Restou o Rafale, um bom caça, ainda que inferior ao Su-35 e ao F-18, pois viria no sistema full-packet e TT * plena.

Enfim, a opção possível, no meio desse emaranhado de lobbies e pressões políticas de todos os lados…

Cordial abraço

Costa Gomes – Cap. Aviador
1º GDA

—–

* TT significa Transferência de Tecnologia

Lula e os emigrantes no Itamaraty

Do Direto da redação - 05/12/2010

Rui Martins*

O sol batia forte e pela sua testa escorriam gotas de suor, que ele enxugava com o lenço. Alguém lhe passou um boné para protegê-lo do sol e assim continuou sendo abraçado e abraçando, como se um Papai Noel de barbas mais curtas tivesse descido no Itamaraty para um distribuição de presentes.

Ligeiramente distante, eu observava o carinho com que ele retribuía a alegria de todos quantos chegavam perto, pedindo para fazer uma foto ao seu lado, naturalmente para depois colocar num porta-retratos ou num quadro na parede da sala de visitas.

Alguns minutos antes, ele me conseguira emocionar com seu improviso realçando como os pobres de seu país começam a ser mais numerosos que os filhos das classes abastada nas universidades e como os negros conquistarão em breve seu lugar na sociedade como dentistas, médicos, advogados e igualmente como diplomatas no Itamaraty.

Não eram tanto as palavras, seus argumentos, que me emociaram mas sua paixão por essa causa, sua satisfação por ter aberto e já feito um bom caminho pela igualdade social e racial no seu país, pela crescimento economico e pela riqueza que se anunciam destinados a eliminar a pobreza e dar dignidade a todos os cidadãos.

Como num flash, me passou pela cabeça a imagem do menino retirante nordestino, engraxate nas praças Mauá ou dos Andradas, em Santos, nos mesmo lugares onde Esmeraldo Tarquínio fez brilhar sapatos de corretores de café, na rua do Comércio ou proximidades do cais. Quem sabe até perto do Café Carioca, onde meu pai tomava seu cafezinho com seus colegas, enquanto seu Ford V8 aguardava o momento de um transporte para carga ou descarga de navios atracados.

Me aproximei, queria falar alguma coisa que pudesse expressar minha reação diante daquele espetáculo de contato humano, mas não conseguia. Na Europa, os presidentes são protegidos por cordões de isolamento ou por seguranças, nos EUA esses seguranças chegam a ser brutos, mas ali, diante de mim, Lula, o presidente dispensava protetores e se sentia feliz, era tão evidente, por se saber amado por seu povo. E ser amado ao chegar ao fim do mandato não é coisa comum entre presidentes.

De repente, do outro lado da barreira, se ouve a voz de uma palestina, jovem emigrante brasileira que vive no território ocupado e que, dois dias antes, defendia a criação do Estado palestino, ao lado de dois israelenses e um libanês. Lula quer que ela venha até ele – um jornalista emigrante em Israel ajuda a palestina a pular a grade e ela vem ao lado de Lula, que a esperava tendo ao lado outro israelense.

Não sei se a foto já foi publicada nos jornais palestinos e israelenses, mas é uma marcante mensagem de paz de Lula.

Lembrei-me de Lula, no amplo auditório das Nações Unidas, sendo aplaudido de pé por sindicalistas de todo mundo, em standing ovation como se fosse um super-star.

No passado, diziam ser Garrincha a alegria do povo, mas pelo jeito, agora é Lula essa alegria do povo, desse povo que vem retirando da miséria e ao qual vem restituindo a dignidade.

Não acredito em deuses nem em ídolos, mas esse homem carismático, logo ex-presidente, é o melhor presidente que já teve o Brasil.

PS. Nem todos que foram abraçar Lula eram sinceros. Alguns deles fizeram campanha contra Dilma e a foto com Lula, para colocar na sala de visitas ou no Facebook, é pura hipocrisia.
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*Rui Martins. Jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura, é líder emigrante, ex-membro eleito no primeiro conselho de emigrantes junto ao Itamaraty. Criou os movimentos Brasileirinhos Apátridas e Estado dos Emigrantes, vive em Berna, na Suíça. Escreve para o Expresso, de Lisboa, Correio do Brasil e agência.
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

MIDIA GOLPISTA

Mídia brasileira é G-O-L-P-I-S-T-A

As carpideiras do regime militar
Por Cynara Menezes


WikiLeaks revela documento mostrando
que até o governo americano tratou os
acontecimentos em Honduras  como golpe
de estado, enquanto no Brasil falava-se 
em "deposição constitucional".
Imagem: Reprodução/WikiLeaks
Há uma revelação, entre as tantas que estão vindo à tona com a divulgação dos telegramas confidenciais das embaixadas dos Estados Unidos no mundo pelo site WikiLeaks, que me deixou particularmente satisfeita. Trata-se da admissão oficial pela diplomacia americana de que o que viveu Honduras em junho do ano passado foi um golpe de Estado. G-O-L-P-E, em português claro, como escrevemos em CartaCapital. Em inglês usa-se a palavra francesa “coup”. Ninguém utilizou o eufemismo “deposição constitucional” a não ser os pseudodemocratas locupletados em setores da mídia no Brasil.

É a mesma gente que, quando o governo Lula fala da intenção de regular a mídia, vem com o papo furado de que está se querendo cercear a liberdade de expressão. É o mesmo pessoal que ataca cotidianamente um líder democraticamente eleito e reeleito com palavras vis, mas que, ao menor sinal de revide verbal, protesta com denúncias ao suposto “autoritarismo”do presidente. Jornalistas, vejam só, capazes de ir lamber as botas dos militares em seus clubes sob a escusa de que a democracia se encontra “ameaçada” em nosso país.

Pois estes baluartes da liberdade de imprensa e de expressão no Brasil foram capazes de apoiar um regime conquistado pela força a pouca distância de nós, na América Central. Quando Honduras sofreu o golpe, estes falsos democratas saíram em campo para saudar o auto-empossado novo presidente Roberto Micheletti, que mandou expulsar o eleito Manuel Zelaya do país, de pijamas. Dizem-se democratas, mas espinafraram Lula e seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, por se recusarem a reconhecer um governo golpista. Quem é e quem não é democrata nessa história toda?

Não se engane, leitor. Disfarçados de defensores da democracia, estes “formadores de opinião” são na verdade carpideiras do regime militar. Choram às escondidas de saudades dos generais. Quando se colocam nas trincheiras da “liberdade de expressão” contra o governo, na verdade estão a tentar salvaguardar o monopólio midiático de seus patrões, não por acaso beneficiados pela ditadura. Dizem-se paladinos da imprensa livre, desde que seja aquela cevada pelas graças do regime militar. Não à toa, elogiam quem morreu do lado dos generais e difamam quem foi torturado e desapareceu lutando contra a ditadura.

As carpideiras do golpe se disfarçam sob a máscara dos bons moços, cheios de senso de humor “mordaz” (alguns humoristas de profissão, inclusive) e pretensamente bem formados intelectualmente. Mas não é difícil identificá-las: fique de olho em gente que diz que “todo político é igual”, que despreza o brasileiro com declarações do tipo “somos todos Tiriricas” e que prega o voto nulo nas eleições. Repare bem: prescindir do voto é abrir mão de ser cidadão. Na ditadura, não se votava, lembra? As carpideiras do regime militar tentam se conter, mas volta e meia se traem.

É mais fácil reconhecer uma carpideira dos milicos em tempos de guerra do que de paz. Durante as eleições, foi só surgir a polêmica sobre a descriminalização do aborto que elas mostraram a verdadeira face, erguendo a bandeira da ala mais obscurantista da igreja católica. Com a invasão policial dos morros cariocas no fim de semana, a mais “tchutchuca” entre todas as carpideiras da ditadura teve a desfaçatez de postar no twitter: “E se o BOPE, a Polícia e as Forças Armadas, depois da operação no Rio, fossem limpar o Congresso Nacional?” Nenhum respeito às instituições: é dessa matéria que se fazem os golpistas.

Se foram capazes de colocar o presidente Lula, do alto de sua popularidade, em capa de revista com a marca de um pé no traseiro, é de se presumir que as carpideiras do regime militar não darão trégua a Dilma Rousseff. Já começaram por escarafunchar seu passado de guerrilheira. Que ninguém se engane, as carpideiras estão à espreita. Esperam um deslize qualquer de Dilma para tentar defenestrá-la. Estão louquinhas por uma “deposição constitucional” como a que houve em Honduras, porque jamais admitirão ser o que são: groupies de ditadores. Os papéis do Wikileaks deixam claro, porém, que nem os Estados Unidos se enganam mais com golpistas.

Cynara Menezes é jornalista. Atuou no extinto "Jornal da Bahia", em Salvador, onde morava. Em 1989, de Brasília, atuava para diversos órgãos da imprensa. Morou dois anos na Espanha e outros dez em São Paulo, quando colaborou para a "Folha de S. Paulo", "Estadão", "Veja" e para a revista "VIP". Está de volta a Brasília há dois anos e meio, de onde escreve para a CartaCapital.


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terça-feira, 30 de novembro de 2010

orkut - meu perfil

orkut - meu perfil

CUIDADO PERIGO

EDUCAR SEM DISCRIMINAÇÃO E PRÉ-CONCEITOS

Brasília - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lança hoje (29) uma campanha para combater o racismo contra crianças negras e indígenas. Uma dos objetivos é orientar os adultos sobre como tratar o tema da diversidade com as crianças e evitar que o preconceito se perpetue. Veja dez dicas listadas pelo fundo para lidar com a questão:

1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento.

2. Palavras, olhares, piadas e algumas expressões podem ser desrespeitosas com outras pessoas, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer!

3. Não classifique o outro pela cor de pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.

4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apóie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança tem o direito a crescer sem ser discriminado.

5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa junto ao conselho tutelar, às ouvidorias dos serviços públicos, da OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.

6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar.

7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-racial.

8. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.

9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.

10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura.

Edição: Graça Adjuto

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ódio aos pobres na TV Globo vira notícia na Record

Ódio aos pobres na TV Globo vira notícia na Record
Posted: 18 Nov 2010 05:46 AM PST



O jornalista Luiz Carlos Prates, da afiliada da Rede Globo, de Santa Catarina, diz que classe C não deveria poder comprar carro, dando a entender que "atrapalha" o trânsito dos mais ricos. O jornalista ainda criticou o governo por estimular a oferta de crédito para que pessoas de baixa renda comprem carros.
Que livros o jornalista anda lendo?
Enviar por email  Por: Zé Augusto 0 Comentários Link para esta postagem Do Blog Os Amigos do Presidente Lula.

Charge Online do Bessinha
Posted: 18 Nov 2010 05:29 AM PST

COISAS QUE NÃO PODEMOS ESQUECER

Coisas que não podemos esquecer.

Pós e pré eleitorais.
Por Frederico Ozanam Drummond
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Estes são alguns assuntos que ficaram pendentes durante o processo eleitoral que elegeu Dilma Presidente. Precisam voltar a pauta urgente:

1 - Quando será lançado o livro "Nos Porões da Privataria", do jornalista Amaury Ribeiro Jr? Como anda a investigação na Polícia Federal e o retorno às investigações das maracutaias descobertas na CPI do Banestado?

2 - Como estão as investigações sobre as denúncias da práticas administrativas nada ortodoxa do sr Paulo Preto, figura central das maioires obras em andamento em São Paulo?

3 - E as investigações sobre Erenice Guerra? O que se descobriu de fato em relação a tráficos de influência? O que é verdade e o que é mentira?

4 - Como ficaram as denúncias sobre o envolvimento de dirigentes do PSDB e do DEM nas maracutáias comandadas pelo ex-governador Arruda?

5 - Em que pé estão as investigações sobre o chamado mensalão, envolvendo integrantes do PT? E a sua versão mineira, com o envolvimento de dirigentes do PSDB?

Não vou aguardar apenas respostas. Garanto que vou atrás.



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mais do que nascer no Brasil, é fazer parte
dos que constroem uma nação com alma de matriz.

A Dilma não é política.
Devemos ficar do lado dela ou dos políticos?

Aquele capitalismo que tanto nos iludiu e maltratou está na UTI. E aquele comunismo que tanto nos assustava, suicidou-se.

Aquele capitalismo que tanto nos iludiu e maltratou está na UTI. E aquele comunismo que tanto nos assustava, suicidou-se.
Capitalismo e comunismo sempre foram regimes de governos sem alma, exploradores de manadas indefesas, onde privilégios e direitos eram só para certas minorias. Construíram mais misérias, doenças, fome e terrorismo do que conforto, felicidade e saúde para a grande maioria dos seres humanos do mundo.
Com o passar do tempo essa maioria descobriu que podia vencer eleições e governar. Seus lideres passaram a ser chamados, então, pela mídia das minorias, de populistas. Queriam o que? Que fossem elitistas?
Todos nós perdemos tempo e qualidade de vida com esses regimes. Só isso. E não vi, nos ricaços, nenhuma expressão de felicidade verdadeira. Apenas de muita sofrência. Viraram escravos das fortunas que queriam acreditar serem suas. A coisa toda não passou de um grande processo sado-masoquista.
Com a cumplicidade das empresas de mídia, os fanáticos do capitalismo bárbaro foram acostumando nossos ouvidos a música americana e tirando do ar a nossa. Burrificando a juventude e a infância com Xuxas, Didis etc. Foram nos deixando angustiados com noticiários negativos, raivosos, bonitinhos mas ordinários. Foram nos amestrando para nos sentirmos pessoas, povo e pais inferiores.
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E agora?
Simples questão de aritmética. A grande maioria do Brasil e do mundo não faz parte dessa elite predadora e, democraticamente vai ganhar eleições e vai governar para todos.
É isso que está acontecendo no mundo. Claro que os micos amestrados do Tio Samuel ainda vão espernear muito, mas vai ser difícil destruírem esse sonho. Um sonho que parece impossível: todos terem o direito de ser feliz nesse planeta e neste pais. Não existe democracia sem povo.

Você tem todo o direito de não amar o Brasil.

Você tem todo o direito de não amar o Brasil.
Não gostar do Brasil é como AIDS. Sabemos que você não tem culpa por ter sido contaminado pela velha mídia. Mas isso não lhe dá o direito de contaminar os outros com seu mal.
Felizmente essa doença tem cura. Basta viver melhor informado eliminando de sua vida a Globo, a Folha, o Estadão e a Veja, que separam o joio do trigo e jogam fora o trigo...
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Se não funcionar, seja coerente consigo mesmo. Você não tem obrigação de gostar do Brasil, mas também não tem o direito de sabotá-lo. Use os direitos que você tem: sempre existe um aeroporto por perto...

 
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Sua prefeitura (ou empresa, escola etc.) possui 

bom pra família - sala de idéias - ver vídeo

uma SALA DE IDEIAS?
 Como disse Saint-Exupéry: todos somos responsáveis pelas pessoas que conquistamos. Se um dirigente de uma coletividade trata seus comandados como se fossem uma manada, ele jamais deixará de ser apenas um dirigente. Não estará desenvolvendo a sua mais elementar função: ser o principal agente de desenvolvimento de sua coletividade.
Recomendamos que todos assistam os vídeos abaixo (pelo amor de Deus!!! Assistam!!!). Vão entender que dirigir é muito mais do que ser um bom burocrata ou um hábil político. Do contrario não estará apenas deixando de ser útil e merecedor do salário que ganha, mas será o fator principal do problema.
Ou incapaz de ter “sonhos impossíveis”?


Gente, a inteligência e a criatividade humana é algo que não se pode ignorar. Já realizei um projeto para a prefeitura de uma grande capital e o resultado foi tão surpreendente que foi inevitável repetir a dose no ano seguinte.
Os dirigentes, dos cargos públicos e privados, precisam sair do mesmismo do século passado. Mais do que nunca. O século passado passou e não volta mais.
Abrindo uma porta para que todos possam apresentar sugestões, opiniões, idéias, análises, vai surpreender! As pessoas gostam de serem úteis e mostrarem seus valores. E os que não têm o que sugerir ficarão mais desarmados para só criticarem.
O processo de um projeto com este objetivo é simples e barato: motivar, colher e analisar idéias. Claro que é necessário conhecimentos, técnicas e talentos de comunicação e motivação para que os resultados sejam atingidos e compensadores.

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deixar de só criticar, é deixar de ser
a causa principal do que critica.

 

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